trabalho
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interpretação, orbital, representação pictórica, teoria quântica
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Neste artigo, exploramos o significado das representações pictóricas de orbitais atômicos e moleculares apresentadas em textos didáticos de Química. Salientando a existência de diferentes interpretações da teoria quântica, algumas mais realistas, outras mais positivistas, sugerimos que diferentes avaliações do significado das representações pictóricas podem ser adotadas no caso de átomos com um único elétron. Para o caso de átomos multieletrônicos, descrevemos uma recente controvérsia a respeito da observabilidade de orbitais em ligações covalentes
Recebido em 10/10/06; aceito em 18/10/07
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fora o modelo atômico de
Bohr, a teoria dos orbitais moleculares é o primeiro contato que o aluno de Ensino Médio costuma ter com a Física Quântica. Isso é feito por meio de uma representação pictórica 1 dos orbitais atômicos e moleculares. A Figura 1 (Aichinger; Mange,
1980, v. 2, p. 2-13) é uma representação visual de um átomo de carbono, na conformação adotada em ligações triplas, como no gás acetileno C2H2.
O que são os curiosos “balões” com as etiquetas p e sp? Os autores os apresentam como “nuvens eletrônicas”, que fazem parte de um modelo molecular específico: o modelo dos
Figura 1: Orbitais híbridos “sp” e orbitais puros “p”, responsáveis respectivamente por ligações mais fortes (σ) e mais fracas
(π).
Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola
orbitais moleculares. Sem maiores esclarecimentos a respeito da natureza dessas nuvens, utilizam-nas para explicar vários tipos de ligações do átomo de carbono. Até que ponto tal representação corresponde à realidade?
A Figura 2, retirada de outro texto do Ensino Médio (Sienko; Plane,
1980), representa a chamada ligação π envolvendo dois orbitais atômicos p, como ocorre no acetileno. Segundo a explicação dos autores, “o orbital molecular formado consiste de duas
nuvens