Trabalho
A mais esperada abertura de capital pareceu um fiasco, especialmente para pequenos investidores. Mas Zuckerberg e seus sócios atingiram seus objetivos — levantaram mais de 16 bilhões de dólares por Tânia Caliari
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OS MAIS LIGADOS em assuntos de tecnologia ou mercado de ações, e mesmo os fãs ou os que torcem contra o Facebook, devem estar acompanhando o movimento das ações da rede social na Nasdaq, a bolsa eletrônica em que são negociados os “papéis” das empresas de tecnologia, além das notícias sobre as irregularidades que podem ter ocorrido durante a badaladíssima e tão esperada initial public offering (IPO), a oferta pública inicial de ações da companhia. O début das ações na Nasdaq ocorreu em 18 de maio e o que se viu foi uma mistura de confusão com frustração, com atraso na comercialização dos títulos devido a pane nos computadores da bolsa e com
Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais nos EUA. A essa altura a companhia já escolheu as instituições que vão organizar e garantir o negócio, os subscritores, geralmente grandes bancos. São eles que ajudam a empresa a preparar um prospecto – documento com histórico da companhia, modelo de negócio e seus riscos, submetido à apreciação da SEC. Após a aprovação, os subscritores se encarregam de procurar grandes investidores para oferecer as ações, num processo que, na maioria das IPOs, é conhecido como book building (“construção do livro”), que consiste na coleta de ordens de compra de ações e na formação do preço dos papéis por meio de consulta a esses investidores. No caso do Facebook, o pedido inicial à SEC foi feito em fevereiro. Como principais subscritores, seus executivos escolheram os grandes bancos Morgan Stanley, J.P.Morgan e Goldman Sachs – mais tarde, outras instituições foram chamadas, chegando a 33 a quantidade de bancos e corretoras envolvidos. Durante todo o processo, a companhia apresenta ao prospecto emendas que