trabalho
Nos anos 1960, novas inquietações se instalam entre as mulheres brasileiras. Em 1964, um golpe militar instaura um regime ditatorial, cerceando liberdades democráticas e instaurando a censura e a repressão política. Paralelamente, o país se industrializa, urbaniza e moderniza aceleradamente, e alteram-se os estilos de vida, as dinâmicas familiares, os padrões de fecundidade, as formas de consumo e modos de acesso à informação. As mulheres não ficam passivas a esses acontecimentos. Engajam-se ativamente nos debates políticos e culturais da época: querem ter autoria na transformação da sociedade e das condições de sua participação nela. Movimentam-se cada vez mais pelo mundo da política, das artes, da literatura, da técnica, da ciência e da comunicação. Podemos vê-las mais e mais presentes no mundo profissional e na educação superior. Pouco a pouco sobressaem no comando da administração pública e da gerência privada. E compõem a primeira linha da resistência contra a ditadura militar.
Ano 1975. A Organização das Nações Unidas o consagra como o Ano Internacional da Mulher. No bojo de suas comemorações, deslancha uma nova onda do ativismo feminista brasileiro. Mulheres organizam-se em grupos de reflexão, movimentos estudantis, movimentos urbanos, partidos clandestinos de resistência à ditadura, movimentos pela anistia, comunidades de base e sindicatos. Brasileiras retornadas do exílio vêm somar-se a elas, a