trabalho
Walter Salles realiza, enfim, mais um grande trabalho. Sua direção é sincera e hábil ao mostrar um Brasil feio, pobre, mas rico em sentimentos. Os vários rostos marcados pela vida que narram as cartas neste filme são um retrato vivo de um país que deixa seu povo sofrer - mas que não consegue impedir que este expresse profundamente suas paixões ou que sorria de seus infortúnios. E isso, por si só, já uma maravilhosa mensagem.
A parte técnica do filme é impecável. A belíssima fotografia de Walter Carvalho, que nos leva do cinzento e angustiante ambiente de uma grande cidade até os claros e refrescantes horizontes das estradas, é um dos fundamentos de Central do Brasil. Associado à comovente (e, em certos momentos, sufocante) trilha sonora composta por Antônio Pinto e Jaques Morelembaum, o efeito visual do filme é realçado, ainda mais enriquecido.
Mas falar da parte técnica de Central do Brasil é como tentar dissecar um quadro que nos comove: o crítico acaba soando frio, pois estamos falando de sentimentos e não apenas de