Trabalho
1. UNIDADE E DIVERSIDADE
Os Bantu, subgrupo dos negro-africanos, identificam-se basicamente pela afinidade linguística (todos usam o radical “ntu” para pessoa). Mas a história da evolução das relações linguísticas é também indicador de um património cultural comum em muitos outros aspectos, o que não exclui a diversidade. Angola encontra-se na encruzilhada de civilizações importantes da metade Sul de África.
As culturas Bantu representam a principal matriz da sociedade angolana actual. Os povos que hoje conhecemos formaram-se a partir de migrações em diferentes épocas, mas nem sempre foi preciso haver migrações para que houvesse adopção de línguas, técnicas, e instituições de uns por outros.
Nesta região de África, houve estruturas políticas centralizadas (Kongo e Ndongo até Séc. XVII, Matamba, Kasssange, Bié, Bailundo e Lunda, até ao Séc. XIX, Kwanyama até ao Séc. XX).
2. ASPECTOS MAIS RELEVANTES DA EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS PRINCIPAIS GRUPOS ETNOLINGUÍSTICOS
Os principais grupos etnolinguísticos de Angola são: Ovimbundu (língua umbundu); Ambundu ou Akwambundu (língua Kimbundu); Bakongo (língua Kikongo); Lunda- Cokwe (línguas Cokwe Ulunda); Nganguela (designação genérica de povos no quadrante sudeste); Nya Neka-Humbe (línguas Lunyaneka e Lukihumbi); Ovanbo (a maior parte dos subgrupos sendo hoje namibianos, o mais importante em Angola é o Kwanyama); Helelo (Herudo); Kindongo e finalmente, uma pequena minoria de povos não Bantu, com destaque para os Kung (Boswuímanes), caçadores- colectores descendentes dos mais antigos habitantes desta região austral.
Os limites de territórios historicamente pertencentes a cada um destes povos só se podem traçar dentro de períodos curtos (poucas gerações ou algumas centenas de anos no máximo). Nos antigos estados conhecidos, encontramos uma grande variação das fronteiras, com sobreposição e integração de povos diferentes, alianças, conflitos e cisões. Os séculos de tráfico de