Trabalho
Departamento de Linguística - Faculdade de
Ciências e Letras – UNESP/Araraquara
Unicamp/ Campinas
Resumo: Neste trabalho, o autor afirma que os alunos têm uma experiência de anos como ouvintes e falantes de uma língua; portanto, sabem entender e falar, atendendo às necessidades de comunicação e de uso da linguagem nos seus primeiros anos de vida. A escola tira o ambiente natural de uso da linguagem e o coloca em um contexto artificial, em que a linguagem é avaliada a todo instante e não é usada apenas para as pessoas se comunicarem e interagirem linguisticamente. A adaptação das crianças ao modelo escolar não acontece da noite para o dia, já que a aquisição dessas habilidades ocorre em contexto diverso daquele em que se dá a aquisição da linguagem quando a criança aprende a falar. Decorre, então, que o professor precisa entender por que as crianças falam de determinado modo, respeitando essa característica e as ajudando a entender por que falam de um jeito e não de outro. O texto destaca o quanto é preciso explicar o que a escola espera de cada criança, agora e depois; e porque o professor deve usar sempre o dialeto padrão, assim como treinar os alunos a usá-lo, sobretudo nas leituras. O autor faz um balanço do que é essencial ensinar e aprender na alfabetização com relação à escrita (e, por conseguinte, com relação à leitura), e destaca dez tópicos fundamentais para essa tarefa. Apresenta um roteiro metodológico e traz, ainda, as noções linguísticas mais importantes para se entender os mecanismos de produção da leitura (decifração e compreensão) e da escrita (livre ou ortográfica).
Finaliza afirmando que, do ponto de vista prático, o professor deverá discutir exaustivamente as ideias ligadas ao sistema de escrita, ao princípio acrofônico, à categorização gráfica e funcional das letras.
Palavras-chave: Alfabetização, Aprendizagem, Oralidade, Linguística, Princípio acrofônico.
1. A Fala e a Criança
Toda criança aprende