Trabalho.
A autora ressalta que, devido a esta grande quantidade de saberes terapêuticos unidos a práticas religiosas, muitos pacientes e até terapeutas associam estas sabedorias de forma contraditória, adquirindo um caráter muito mais terapêutico do que religioso. Mesmo com estas divergências, pode-se concluir que há formas e sentidos comuns entre estes saberes terapêuticos e ritos religiosos, pois todos visam e convergem em prol da cura ou do alívio para um mal-estar. Maluf descreve bem esta mescla de terapia e religião com a frase “uma dimensão religiosa está presente no trabalho terapêutico, assim como um sentido terapêutico é dado aos rituais”.
Entende-se o termo “trabalho terapêutico” citado acima, como o conjunto de atividades rituais ou terapêuticas realizadas, e descreve os diferentes momentos destas experiências. A autora divide em dois momentos de experiência, com dois significados diferentes, porém complementares: o primeiro, que consiste em analisar os diferentes momentos da situação terapêutica ou religiosa e o segundo, que sintetiza o estilo de vida e a condição da pessoa em terapia. De uma forma geral, o trabalho descreve todo o esforço terapêutico e espiritual para superar o mal-estar e suas causas, resultando deste esforço uma nova pessoa, um “novo ser” ao invés do “antigo eu”. Segundo a definição da autora, “o trabalho articula valores e modos de ser comuns”. Outros pontos muito abordados no texto