Trabalho-
Cecília Sousa Gilda Freitas Paula Correia
Resumo
O presente estudo pretende compreender de que forma cada criança perspectiva o brincar, no jardim-de-infância, e perceber as dinâmicas que ocorrem nas brincadeiras. Assim, o estudo efectuado procura mostrar como as crianças percepcionarem o brincar, em função de algumas características. Tendo em conta que as brincadeiras só ocorrem se a educadora de infância proporcionar momentos próprios para as crianças manifestarem espontaneamente as suas experiências, neste estudo, não descurámos o modo como possibilitam e organizam o momento de brincar. Este trabalho foi realizado no concelho de Angra do Heroísmo, no ano lectivo de 2005/2006. Para a sua concretização, justificou-se a utilização de observações directas, gravações em vídeo e entrevistas aos sujeitos implicados no estudo: doze crianças e duas educadoras de infância de dois jardins de infância da rede pública.
As brincadeiras das crianças: como definir um conceito complexo? Ao termo brincadeira associam-se alguns sinónimos, como: jogo, faz-de-conta, actividade lúdica, actividade livre que são utilizados com o mesmo significado. São vários os autores que apontam para uma uniformidade entre o jogar e o brincar (Brougère, 1998; Neto, 1997 e Huizinga, 2003); por esta razão, neste trabalho, o termo jogar será, sempre, entendido como brincar e vice-versa. O acto de brincar é fácil de identificar, mas a sua conceptualização não é consensual. Segundo Sarmento “a Psicologia tem sido a disciplina hegemónica na interpretação das formas de racionalidade e comportamento das crianças” (2002, p. 3). Assim, a Psicologia centra-se na formação e desenvolvimento da personalidade e racionalidade de cada criança, da qual emergem diferentes correntes teóricas, especificamente, as