Trabalho e sindicalismo em tempo de globalização
Introdução
"Trabalho e sindicalismo em tempo de globalização – reflexões e propostas"
O trabalho como factor de produção, actividade socialmente útil, essencial à socialização, expressão de qualificações, fonte de direitos sociais e de cidadania, direito universal e espaço de valorização, factor de alienação económica e ideológica, condição de acesso a padrões de consumo e estilos de vida, actividade humana que se adapta às novas preocupações ambientais e ecológicas.
Nestas nove dimensões assenta a análise de Carvalho da Silva à centralidade do trabalho, tema da sua tese de doutoramento em Sociologia, agora convertida em livro, sob o título "Trabalho e sindicalismo em tempo de globalização - reflexões e propostas".
Ao longo de mais de 500 páginas, o secretário-geral da CGTP-IN procura demonstrar que o trabalho não deve ser apenas encarado como factor de produção, ao serviço de estratégias gizadas por multinacionais e subordinado a objectivos de produtividade e competitividade. Carvalho da Silva recusa a neutralidade axiológica.
Assume que se trata da leitura de um "sociólogo-sindicalista", que alia a investigação à experiência acumulada em 30 anos de sindicalismo, num "constante vaivém metodológico entre teoria e empiria.
Para uma análise assente nas premissas clássicas do marxismo - perspectiva classista, confronto trabalho-capital - lança como hipótese a ideia dos sindicatos como actores colectivos fundamentais para o desenvolvimento e transformação da sociedade, embora sujeitos a readaptações estruturais, organizacionais e estratégicas.
A tese teve como instrumentos essenciais a observação participante, 250 conversas informais, 80 entrevistas, três mil questionários (1497 validados) e três estudos de caso - do complexo industrial Grundig/Blaupunkt, em Braga, da têxtil Nova Penteação e da Portugal Telecom - com características diferentes, mas também traços comuns.
Democracia a perder
"Não há soluções