trabalho e lazer
Vivemos em uma sociedade que cultua o trabalho, as pessoas são julgadas pela profissão que exercem. Se outrora as pessoas utilizam do trabalho para ganhar a vida, subsistência, hoje é o próprio trabalho que dá sentido às suas vidas, Guimarães (2003).
Existe uma estreita relação entre lazer e trabalho, que pode ser verificada desde a Antiguidade Clássica, em que iniciou-se uma contraposição entre trabalho e lazer. Somente teriam direito ao lazer, ao ócio, à liberdade aqueles que tivessem total descompromisso com atividades produtivas, enquanto que o trabalho segundo WERNECK (2000) tinha a conotação de algo penoso, um verdadeiro castigo para o ser humano. A origem etimológica dessa palavra (do termo latino tripalium) expressa a idéia de padecimento e cativeiro.
Já nesta época a dualidade entre lazer e trabalho foi enfatizada. De um lado o lazer privilégio das classes nobres, e do outro o trabalho para servos e escravos; liberdade/compromisso, vida contemplativa/ativa, descanso, deleite/obrigações. Com o passar do tempo o sentido de lazer foi sendo modificado e um dos marcos nesta relação foi a Revolução Industrial.
A partir da Revolução Industrial, o cotidiano das pessoas se dividiam em dois tempos distintos "tempo de trabalho" e "tempo de não trabalho". Neste período a cultura provinciana passa a ser substituída pela cultura cosmopolita em que as festas populares, os espetáculos passam a ser adquiridos através do capital. E pela lógica do capital, quanto mais trabalhos, maiores serão as recompensas, os prazeres que este poderá proporcionar.
Com a substituição da mão de obra humana pela máquina esperava-se um aumento no "tempo de não trabalho", no "tempo livre" do trabalhador o que de fato não ocorreu. Imbuídos na lógica do capital, adultos, crianças, homens e mulheres passavam dia e noite dentro das fábricas.
O pensamento puritano influenciou muito essa inversão de valores, valorização do trabalho e