Trabalho e Lazer no Banco M ltiplo Privado 1
A apresentação e análise dos resultados privilegiaram os aspectos relativos a:
- Modo de trabalhar do bancários
- Suas formas de lazer
- Interação entre trabalho e lazer
- Todos os sujeitos afirmam que os modos de trabalhar interferem nas atividades de lazer, podendo atrapalhar, ou até mesmo impedir estas atividades.
- Assim, demonstraram dificuldades em lidar com estas situações, evidenciando dilemas.
Modos de Trabalhar
- Para os bancários, seus modos de trabalhar resumem-se em alcançar altas metas, expor-se a cobranças continuas, vislumbrarem crescimento constante e ter na tecnologia uma aliada.
“Eu faço de tudo”
- De acordo com os relatos dos entrevistados, é possível visualizar um trabalhador que em nada lembra os modelos tradicionais do trabalho bancário. Nos novos modelos de trabalhar nota-se mobilização de características como rapidez, responsabilidade, iniciativa e mobilidade, condizentes com a noção de trabalho imaterial, tal como apresentada por Lazzarato e Negri (2001) e Grisci (2006, 2008).
- Como apontado por Bauman (2007), é possível apontar características da vida líquida vivida na sociedade liquidomoderna que vão de encontro com o modo de trabalhar do Banco Multiplo Privado, como o sentimento de incerteza e insegurança que existe no ambiente organizacional. Como mostra um dos relatos:
“Aqui é assim mesmo, é todo mundo meio preocupado, com umas olheiras, cheio de papeis, de coisa para fazer. Quando tu trabalha na iniciativa privada tem que matar um leão por dia, senão eles vem e passam por cima...)”. - Os relatos dos entrevistados vão na direção de que quanto mais cresce a rapidez, mais decresce a liberdade
(Virilio, 1996)
“Posso trabalhar em casa com meu notebook, ando por tudo com o carro e o celular do banco, mas também não tenho horário pra nada; se eu não botar um freio nos caras, me ligam 24 horas por dia.”
- Como mostra o relato de um dos entrevistados, as atividades são tão intensas que fazem