Trabalho e Estética
Manoel Pereira Lima Junior (Departamento de Filosofia da Universidade Federal da Bahia)
Orientador: Prof. Dr. Edvaldo Souza Couto - Departamento de Filosofia, professor pesquisador (UFBA)
Resumo: O presente artigo tem por objetivo analisar a relação entre trabalho e estética, tentando demonstrar que o desenvolvimento da estética é uma conseqüência direta do desenvolvimento dos meios de produção. E que, portanto, um estudo sobre a estética deve levar em conta o modelo de produção em vigor. Contudo, a dimensão estética (nesse contexto) surge como uma abertura criativa, pois, a partir dela o homem pode engendrar novos modelos de representação e de interpretação do mundo, isto é, de transformação social.
Palavras-chave: Trabalho, Estética, Meios de produção.
É
bem provável que todos já estejam cansados de ler e de ouvir falar que foi
Baumgarten, por volta de 1750 (com a publicação do livro Aesthetica), quem criou a disciplina filosófica estética. Entretanto, no presente artigo, busca-se escapar da definição dada por Baumgarten. O intuito, aqui, é mais na perspectiva de uma estética dos sentidos, da sensibilidade do que de uma teoria da arte e do belo – sem, contudo, desprezar ou abrir mão completamente da teoria da arte. Contudo, a partir dessa perspectiva desejamos fazer uma crítica da estética e do seu modelo de produção dentro da sociedade capitalista.
Assim sendo, evocar-se-á o conceito de estética como enriquecimento e manifestação dos sentidos humanos. Mas tal enriquecimento e manifestação dos sentidos como uma conseqüência direta dos meios de produção1 e de criação vigentes na sociedade. Deste modo, ao mesmo tempo em que o homem desenvolve suas forças criativas e produtivas, igualmente, refina os seus sentidos humanos, pois, o trabalho é o processo de libertação do homem da natureza imediata e de humanização do natural, isto é, criação da cultura.
Não obstante, a redução dos produtos humanos (e até mesmo do