Trabalho sobre o livro A escola dos Annales. A revolução francesa da historiografia
O presente trabalho busca fazer uma breve analise do processo de formação da Escola dos Annales, movimento que surge na França no século XX e seus principais colaboradores, os historiadores Marc Bloch e Lucien Febvre.
No livro A Escola dos Annales. A revolução francesa da historiografia, Peter Burke constrói uma narrativa que mostra o desenvolvimento do movimento e o contexto onde surge. Historiador inglês e defensor do movimento, durante trinta anos acompanhou a sua trajetória, mantendo contato com alguns de seus principais membros.
No primeiro capítulo do livro, Burke trata do rumo que a história estava tomando e a forma como estava sendo escrita e apresentada pelos mais diversos historiadores. Desde o início essa história tem sido contada através de uma narrativa que se baseia nos acontecimentos políticos e nos grandes ícones, feitos e guerras, descrevendo apenas o macro universo entorno desses fatos, assim excluindo outros aspectos que devem ser levados em consideração quando se descreve algum momento histórico. Com a chegada do Iluminismo alguns autores começam a escrever de uma forma mais abrangente, incluindo aspectos sociais, da vida cotidiana e econômicos em suas narrativas, adicionando mais riqueza e informações. Mesmo assim as correntes principais da história permaneciam estabelecidas e os ídolos dos historiadores são imutáveis, a sombra da política e dos grandes homens ainda assombravam as produções intelectuais da época.
Nesse contexto de Antigo Regime da história e influenciados pelas ideias de Berr sobre a psicologia histórica e cooperação entre disciplinas, surgem Bloch e Febvre revolucionando e criticando os historiadores e essa forma estática de contar história. Defendendo a historiografia e um novo método para recriar os acontecimentos, onde fosse deixado de lado a compartimentação das ciências, onde a história fosse acrescentada de outras disciplinas