Trabalho sobre o livro Alegoria do patrimonio
Uma das pedras de toque do turismo cultural é, sem dúvida, a visitação a monumentos históricos e artísticos, geralmente agrupados no que se convencionou definir, no Brasil, como Patrimônio Histórico.
E um grande problema nesta área no Brasil, nos últimos anos, tem sido a gestão, associada à preservação, de bens patrimoniais utilizados como atrativos turísticos.
Em muitos casos, no afã de gerar renda, agregar valor a um determinado roteiro e, de alguma forma, criar alternativas econômicas para certas comunidades, “aproveitando-se” a existência de um monumento, esquece-se o óbvio: discutir o que faz daquele monumento um patrimônio, tentar compreender como ele toma parte da vida do lugar, como se dão as relações entre ele e a população local. Quase sempre isso ocorre por absoluta falta de embasamento teórico em relação ao tema.
Em L’allégorie du patrimoine, de Françoise Choay, finalmente torna mais acessível o entendimento de questões teóricas relativas ao universo da preservação patrimonial. O livro não se trata de um manual de restauro, nem tampouco de roteiro para a criação de atrativos turísticos de fundo histórico. Então, por quais motivos ele interessaria aos profissionais de Turismo? A verdade é que A alegoria do patrimônio nos mostra, de modo crítico e didático, como se deu a evolução do conceito de monumento ao longo da História ocidental e, mais ainda, como este conceito está associado ao imaginário e à memória das populações que convivem com determinados bens patrimoniais, além de discutir as relações entre o poder público e a instituição de monumentos.
Desse modo, o livro se inicia, na Introdução, com uma discussão sobre os conceitos de patrimônio e monumento, relacionando-os à construção da identidade histórica e à memória local. O primeiro capítulo, intitulado Os humanismos e o monumento antigo, nos remete à Antigüidade greco-romana e à Idade Média, desnudando as formas pelas quais o monumento tomava parte na vida