Trabalho sobre Walmor Correa
Em 1989,Walmor Correa viajou para a Europa,teve oportunidade de observar muitos trabalhos de alguns artistas viajantes dos séculos XVIII e XIX. Dez anos depois, em 1999, conheceu uma parte da floresta Amazônia,descobriu algumas espécies de sua flora e fauna. Esses dois contatos foram definitivos para ele. De um lado, eles o remetiam ao período de juventude e ao cotidiano de silêncio e morte junto ao laboratório de Ciências; de outro, fortaleciam o seu trabalho como artista, já calcado nos instigantes cruzamentos entre arte e ciência, realidade e ficção. Questionando as suas impressões sobre a natureza, a evolução e inúmeras possibilidades de criação que a arte oferece, resolveu dar forma aos meus próprios seres. Começou criando pequenos insetos, atribuindo-lhes não somente uma morfologia especial, como é comum no meio.Ele desenhava-os sobre tela e coloridos suavemente, esses insetos também foram fixados ao suporte por meio de alfinetes e apresentados em um móvel entomológico, de acordo com a tradição dos museus de História Natural. Chamou eles de trabalho de Catalogações(Coleções). Em 2007, mantendo as mesmas reflexões, realizou a instalação Memento Mori, apresentada em dois momentos: no Instituto Goethe, em Porto Alegre (2007), e na Galeria Laura Marsiaj, no Rio de Janeiro (2008). Nesse trabalho, numa alusão ao limite tênue entre a vida e a morte, deu forma escultórica aos seus híbridos, todos mistos de pássaros com as mais variadas, inusitadas e sutis conformações. Partindo de esqueletos reais de aves mortas em laboratório de universidades, deu forma tridimensional a seres que antes estavam apenas em sua imaginação. E colocou-os a dançar, fixados a máquinas de caixas de música, num estranhamento proposital entre a rudeza do esqueleto e de tudo a que ele remete e a suavidade e frescor da música. Esse trabalho foi agraciado com dois importantes prêmios Açorianos, concedidos pela Prefeitura de Porto Alegre: Melhor