Trabalho sobre Tecnicas de observação
Para uma melhor compreensão do chamado adolescente homossexual e das identidades de gênero, procuramos neste artigo desconstruir e questionar as visões essencialistas e naturalizantes que ainda cercam os conceitos de adolescência, homossexualidade e gênero para uma grande parte da população.
2. Problematização
A psicologia atualmente enfrenta alguns desafios. Um deles é sua relação com as diversidades sexuais. A constante e já surrada disputa entre sujeito X sociedade, biologia (objetividade) X mentalismo (subjetividade); têm impedido um avanço maior das pesquisas das ciências da psicologia sobre as diversidades sexuais e outros campos de estudos vinculados à psicologia. A tarefa que nos propomos neste espaço é a de re-visitar teóricos que trataram do desenvolvimento da sexualidade infantil e da adolescência como uma tentativa de desconstruir ultrapassadas concepções sobre sujeito, sociedade e sexualidade humana. Uma longa digressão sobre tais teorias seria exaustiva e nos afastaria muito de nosso objetivo. Nos deteremos apenas na importância das concepções da sexualidade desenvolvidas por alguns teóricos, algumas criticas feitas a eles e mostraremos que, diferentemente das afirmações feitas por Erikson, Aberastury & Knobel, entre outros, a homossexualidade é uma identidade positiva, ao menos para alguns jovens.
Homossexualidade e identidade
Pensamos ser importante debater dois conceitos chaves quando falamos de homoerotismo e identidades. A palavra homossexual, apesar de freqüentemente usada por teóricos das diversas áreas e por aqueles que se posicionam como pessoas que fazem sexo com pessoas do mesmo sexo, pode muitas vezes induzir à concepção essencialista e “engessada” da sexualidade. Tal palavra tem seu surgimento na psiquiatria oitocentista e mantém a divisão homo/hetero, excluindo outras possibilidades homoeróticas. Neste sentido, a palavra se torna um forte indicador de uma identidade política, em que alguns sujeitos são aceitos e outros