Trabalho sobre Paul L.
Lazarsfeld nasceu em Viena em 1901 e lá militou no movimento estudantil socialista.
O «austro-marxismo», que então era hegemônico entre os partidos de esquerda, acreditava que a classe operária chegaria ao poder através do voto e não da revolução social. A perspectiva de conquistar o governo pelo voto e gerir o
Estado capitalista, pôs fim ao ativismo revolucionário.
O antigo militante voltado à «agitação» e «propaganda» foi substituído pelo quadro burocrático preocupado com as técnicas de gestão. A necessidade de informações tornava-se vital para orientar a ação dessa nova esquerda, principalmente as pesquisas eleitorais que, então, eram uma novidade. Conhecer a disposição dos eleitores e, a partir daí, influenciá-los, passou a ser um objetivo perseguido pelos partidos e sindicatos.
Lazarsfeld, militante de esquerda, profundo conhecedor das técnicas de estatística, versado em psicologia, logo se interessa pelas pesquisas de opinião.
Premido pelos baixos salários da universidade, Lazarsfeld criou um centro de investigação para fazer pesquisas de mercado, o que na época também era novidade. Em suas memórias ele lembra que a primeira pesquisa foi sobre “as razões que levam as pessoas a escolher uma determinada marca de sabão”. A realização dessa pesquisa deu-lhe a convicção da “equivalência metodológica entre o voto socialista e a compra de sabonetes” (Lazarsfeld, 1969: 279). Por essa frase, pode-se perceber que a sociologia, para ele, deve concentrar-se nos «processos de escolha» e que a decisão ocorre independentemente dos condicionamentos sociais e dos conteúdos. Tanto faz voto socialista ou compra de sabão: «o método tornou-se autônomo» e, consequentemente, a formulação da pesquisa torna-se independente dos conteúdos aos quais é aplicada.
O pai de Lazarsfed, um advogado de classe média, era um socialista ativo e a casa dos Lazarfeld era um ponto de encontro de intelectuais e artistas de correntes políticas