TRABALHO SOBRE JOÃO gOULART
São Borja, cidade fronteira, zona das missões, berço e tumulo de dois presidentes, Getúlio Dornelas Vargas e João Belchior Marques Goulart. O quarto de João Goulart nas granjas São Vicente, lembranças de sua vida pública, iniciada pelas mãos de Vargas. Os dezessete anos que separam sua estreia como deputado em 1947 e sua deposição como presidente 1964, só amadureceram sentimentos nacionalistas e o compromisso com a justiça social, razões trágicas e comuns nos destinos desses dois homens. Ao disparar um tiro contra o peito na manhã de 24 de Agosto de 1954, Getúlio Vargas acabou com a própria vida e também com os planos dos adversários que buscavam o caminho do poder, na trilha aberta pelo golpe de Estado.
Tudo mudou naquelas horas que separaram o suicídio de Vargas com a deposição dirigida na véspera, como um ultimato militar.
Ao embarcar para Porto Alegre para o enterro do amigo, Jango levava consigo a carta testamento e herança política de Getúlio. Nascido ao dia 1° de Março de 1918, Jango, como era chamado, sétimo filho do casal Vicente e Vicentina Goulart, ricos proprietários de terras, teve uma convivência com os peões da fazenda. A juventude passada em Porto Alegre foi dividida entre a alegria, a boemia e os rigores da academia. O pai entre os bacharéis também se formou em direito e fez rápida a escalada política.
De Deputado estadual em 1947 a Deputado Federal em 1950, a Secretário do Interior e Justiça no RS a Presidente Nacional do PTB. Em 1954, quando Getúlio precisou trocar os acenos por compromissos com as classes operárias, Jango saiu das sombras, sendo convocado para o Ministério do Trabalho. Lado a lado no Ministério, sentando-se com personagens da velha república, companheiros de Getúlio da revolução de 30, experientes políticos, João Goulart aos, 36 anos, representou o desejo de Vargas de injetar sangue novo na política brasileira.
Jango assumiu o Ministério,