Trabalho sobre filosofia da educação
Tanto o contexto do filme Tempos Modernos, quanto às questões discutidas no texto Sociedade Excitada, nos levam a crer que ambas as realidades estão profundamente marcadas pela lógica de mercado. A primeira, pela maneira injusta com a qual se explora a força de trabalho assalariada, visando tão somente os interesses dos proprietários dos meios de produção, estes cada vez mais ávidos, por atenderem as demandas crescentes do mercado consumidor e, ao mesmo tempo, por auferir sucessivos recordes de lucro. E a segunda porque a mídia, assim como qualquer outro ramo da atividade humana, não poderia escapar à inevitável incorporação do pensamento capitalista, tornando-se uma espécie de linha de produção incessante de notícias, subvertidas a partir de uma inversão da lógica da notícia, que, ao invés de ser veiculada por ser verdadeiramente relevante a coletividade, são revestidas de uma capa de importância para que se tornem atraentes e vendáveis, mesmo que na verdade sejam obsoletas e de pouca relevância. Assim, conseguem atrair audiências cada vez maiores ou venderem tiragens a cada dia mais expressivas, apelando para o sensacionalismo que, com o tempo, nos entorpece e nos torna, de certa forma, dependentes de notícias sempre mais impactantes. A notícia de ontem sobre os milhares de mortos por um terremoto já não nos satisfaz hoje e, agora, precisamos de uma nova notícia capaz de nos excitar ainda mais, de nos comover ainda mais, num processo que com o tempo faz com que fiquemos endurecidos, insensíveis às desventuras do outro e afastando-nos da nossa humanidade. Nos dois contextos, pessoas são exploradas e tratadas como autômatos, seja na manufatura de bens de consumo (leia-se notícias entre os tais), seja enquanto consumidores hiperestimulados a absorver estes bens. Ambas as situações explicitam a facilidade com a qual o sistema capitalista invade o nosso cotidiano com as suas sedutoras novidades,