Trabalho SFN
A história começou em 2008, com a publicação de um artigo científico que descrevia o protocolo da moeda virtual como um sistema de pagamento peer to peer (P2P). Ou seja, uma rede que oferece a possibilidade de usuários efetuarem transferências de valores horizontalmente, sem a regulação de um órgão centralizador. Para garantir a segurança das operações, há um código de criptografia que certifica que as bitcoins sejam usadas apenas pelo seu dono e evita gastos duplos e fraudes. Tudo isso com a transparência do código aberto. “É uma vasta rede de computadores pelo mundo todo que trabalham juntos para processar as transações, manter e atualizar seu histórico e controlar a emissão da moeda”.
Descentralizada, a Bitcoin está imune a pressões governamentais. Um exemplo são políticas econômicas que geram medidas inflacionárias, como a impressão de moeda para aumentar o dinheiro em circulação e, assim, desvalorizá-lo. Atualmente, há 11,7 milhões de Bitcoins em circulação, e o limite pré-definido de moedas é de 21 milhões. Depois disso, nada de “imprimir” mais.
Quem já se aprofundou um pouco em teoria monetária conhece o famoso teorema da regressão de Ludwig Von Mises. Segundo esse teorema, é impossível qualquer tipo de dinheiro surgir já sendo um imediato meio de troca; um bem só pode alcançar o status de meio de troca se, antes de ser utilizado como dinheiro, ele já tiver obtido algum valor como mercadoria. Qualquer que seja a moeda, ela precisa antes ter tido algum uso como mercadoria, para só então passar a funcionar como dinheiro.
No caso do ouro e da prata, sabemos que foram escolhidos pela humanidade como o dinheiro por excelência ao longo de centenas de anos por meio de milhões de intercâmbios no mercado. Mas seria impossível datar precisamente quando o ouro surgiu como mercadoria, quando passou a ser utilizado como meio de troca e quando preponderou como a mercadoria mais “vendável” (marketable), tornando-se, por fim, o meio de troca