Trabalho Quimica
Série especial do Jornal Nacional mostra iniciativas da sociedade para diminuir desperdício de água, que se perde em vazamentos ou ligações clandestinas.
O setor industrial tem mesmo investido bastante em reuso de água, mas o setor público não, diz o maior especialista brasileiro no assunto.
"Nós somos mais ou menos cristalizados nessa mentalidade de transporte de água, sabe?", diz Ivanildo Hespanhol, professor de Hidrologia da USP.
Ou seja: captar mais e mais água, cada vez mais longe, e usar uma vez só.
“Gera mais esgoto que nós não tratamos. Se a gente tratasse esse esgoto, hoje nós temos tecnologia para tratar a nível potável, a custos já compatível com essas adutoras. E utilizar essa água para fins potáveis. Temos também tecnologia para certificar a qualidade da água. Falta, realmente, decisão: vamos partir para o reuso”, afirma Ivanildo Hespanhol.
Desperdício pior do que usar água tratada, potável, para dar descarga ou lavar o chão, é deixar essa água escapar antes de chegar às torneiras. A substituição das esburacadas tubulações antigas esbarra em altos custos e dificuldade para intervir em áreas muito urbanizadas. Mas não é que uma avenida em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, teve quatro quilômetros de tubos trocados sem parar o trânsito? No sistema não destrutivo, a tubulação velha nem é retirada. Uma broca abre um novo caminho, paralelo. Depois, puxa a nova tubulação por ele. Menos buracos, menos transtorno.
“Mais rápido também, com certeza. A gente consegue fazer uma média aí de 200 metros/dia nesse método. O antigo você consegue fazer 50, cem”, conta o supervisor de obras Reginaldo Barbosa.
Com sistemas de águas privatizados, Niterói com 500 mil habitantes, no Rio de Janeiro e Limeira, de 300 mil, no interior paulista, são bons exemplos de redução de desperdício. Niterói tem 16% e Limeira apenas 9%, contra 37% da média nacional. As receitas são parecidas na automação, que