TRABALHO PROCAP
TENDÊNCIAS/DEBATES
A inclusão de pessoas com deficiência
Muitos alunos que saem de escolas especiais têm como maior impeditivo no ensino regular não a estrutura física, mas o preconceito.
O debate sobre a inclusão de pessoas com deficiência no ensino regular e a eliminação, ou não, das escolas especiais exige cautela, e não radicalismos. É justamente desse tema que trata a meta quatro do Plano Nacional de Educação.
A educação especial impacta 820.400 estudantes no Brasil (Censo Escolar, 2012). Hoje, 25% (199.656) deles estão nas instituições especiais. O número é grande e, por isso, antes de qualquer decisão política, é preciso saber quem são esses alunos, o que eles precisam e onde eles podem ser mais bem atendidos.
Os pontos de análise são o preparo do ensino regular para receber alunos com deficiência, o papel das escolas especiais e a sociabilização.
De forma prática, a inclusão não é possível e positiva para todos. Existem diferentes tipos de deficiências --algumas em que a idade mental não passa de um ano e outras em que a possibilidade de aprendizagem é maior. É preciso estar pronto para lidar com cada uma delas, em seus diferentes níveis.
Em primeiro lugar, o ensino regular precisa ser melhor preparado para receber os alunos com deficiência que tenham potencial de inclusão. Os esforços públicos devem ir além do investimento em estrutura física. Precisam capacitar o professor, disponibilizar em número suficiente profissionais de apoio e orientar os demais alunos. Acompanhamos muitos casos, em todo o país, de alunos que saem de escolas especiais e têm como maior impeditivo no ensino regular não a estrutura física, mas o preconceito.
Em segundo lugar, precisamos entender que as mais de 4.000 escolas especiais no país desempenham papel fundamental para o deficiente que não acompanha o currículo regular. Essas instituições trabalham dentro dos potenciais do indivíduo e com o acompanhamento de que ele necessita.
Sabemos que, na