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Patinho feio
Uma das histórias que sempre me sentia entristecido quando ouvia era a do Patinho Feio. Nunca compreendi o real motivo daquele patinho (quem, de verdade, é bonito quando nasce?) ser tão rejeitado pela sua mãe. A desculpa de que ele era o mais feinho da prole, para mim, nunca colou...
Mãe que é mãe não rejeita seu filhote. Pode ter todas as patas ou nenhuma, pode ter os dois olhos ou ser cego, pode até não ter penas ou peles, para a mãe isso não importa, sempre será o filho mais lindo do mundo.
A gravidez dos patos não é igual a dos seres humanos. Para eles, uma vez fecundados nascem oito, 10, 12 filhotes. Para nós, humanos, gêmeos muitas vezes já é demais. O fato é que, para nós, cada filho pode ter um pai diferente, no caso de uma gestação animal, 10, 12, seja lá quantos filhotes forem, todos serão do mesmo pai. Será mesmo?
O que aconteceu na história de Feio foi exatamente um desses casos absurdos. Patolina, sua mãe, foi absurdamente apaixonada por Patópolis, um boêmio pato branco que só queria saber de mulheres (ou melhor patas), bebidas, farras... nada além. E Patolina sabia disso. Sabia que sua história de amor jamais se concretizaria.
Um dia, Patolina foi obrigada a se casar com Petrônio, um bem-sucedido pato amarelo, empresário de Patolândia. Patolina bem que tentou fugir, se esquivou, chorou, brigou com os pais, fugiu de casa, mas nada adiantou, sempre se viu obrigada a voltar para o ninho.
Já casada, Patolina se sentia muito infeliz, e sabia que em um curto período de tempo teria de ser capaz de dar a seu esposo sua primeira ninhada. Isso a deprimia muito. Seus dias eram de intenso caos e desespero, suas noites, aflitivas e solitárias. Foi então que, em uma noite de lua cheia (e não foi bem lobisomem que apareceu), Patópolis procurou Patolina.
Nessa noite, a patinha ouviu tudo o que sempre sonhou do bico do bon-vivant e acabaram juntos, vivendo uma intensa noite de amor. Quando se deu por conta, já era quase dia, saiu