Trabalho Orlando 1
Primeiramente, será analisada uma passagem do primeiro capítulo da obra Orlando: “Ele - PORQUE NÃO HAVIA DÚVIDA a respeito do seu sexo, embora a moda do seu tempo concorresse para disfarçá-lo – estava atacando a cabeça de um mouro, que pendia das vigas” (Orlando, p.7). A partir desta cena inicial, Orlando é descrito como um homem em termos anatômicos de genitália, ou seja, não havia o que se contestar, o seu sexo era masculino. Porém, tal descrição é ambígua ao mostrar que a moda de vestuário da época dissimulava a masculinidade deste personagem. Para discutir sobre seu comportamento, optei por duas passagens. A primeira descreve um momento de sua adolescência:
Como, porém, só constavam dezesseis anos, e era muito criança para cavalgar com eles pela África ou pela França, fugia de sua mãe e dos pavões do jardim, e ia para o sótão atacar e atravessar e esfatiar o ar com a sua espada.” (Orlando, p.7).
A segunda é de sua juventude: sacou de um caderno com o título: Ethelbert; Tragédia
Indicam que Orlando inicialmente age dentro do padrão esperado para um homem, ou seja, dentro de uma matriz heterossexual, para usar o termo de Butler, considerada a norma (teóricos recentes como a própria Butler mostram tal matriz como culturalmente obrigatória, mas não a única possibilidade de legibilidade do sujeito). A “correspondência” (culturalmente concebida como tal) entre gênero, anatomia e comportamento do personagem é notada no fato que Orlando-homem, em sua juventude, envolve-se com diferentes mulheres e tem seu