Trabalho Mídia e eleição

RESUMO - O presente artigo visa analisar entrevistas realizadas com vinte e duas pessoas, no território baiano, no período pré-eleitoral de 2014, levando como base para interpretação, as correntes teóricas frankfurtianas, assim como as teorias do enquadramento e o framing. Essas abordagens possibilitam uma avaliação crítica da influência dos meios de comunicação em relação à política nacional e estadual.

A história da imprensa no Brasil inicia-se, de fato, em 10 de setembro de 1808, com a publicação da Gazeta do Rio de Janeiro, periódico criado com finalidade de favorecer a Família Real recém chegada à Colônia. No Brasil, como em outros países, a mídia nasceu com o intuito de defender e difundir os interesses de grupos específicos – políticos, intelectuais - e, isso era claramente perceptível nos editoriais e nas próprias matérias, e assim seguiu por muito tempo. Em contrapartida, hoje os meios de comunicação ocultam, ou pelo menos tentam ocultar, suas preferências e ideologias, devido a, sobretudo, questões publicitárias e comerciais, assim, “maquiando” a verdadeira face do meio, com discursos que pregam a imparcialidade e neutralidade, algo impossível de se alcançar em qualquer atividade humana, inclusive no jornalismo.

A forma como são abordados os assuntos nos media exerce impacto e insinua como os assuntos serão discutidos na sociedade e até mesmo nas outras mídias. “[...] os veículos de comunicação influenciam na construção da realidade social modelando representações desta realidade de um modo particular [...]” (GUTMANN, 2006, p.29).

Para Igor Rossoni, em seu livro “O que é jornalismo” (2005) entre o fato acontecido e o publicado por qualquer meio de comunicação de massa há uma versão mediada e interferida por um jornalista, que pode variar conforme as intenções e ideológicas e a formação cultural do indivíduo. A Antropologia define cultura como um conjunto complexo que inclui conhecimentos, crença, moral, arte, lei, costumes e várias outras aptidões