Trabalho mateus
As investigações de funcionários por empresas são cada vez mais comuns e vão desde a averiguação de pequenos desvios, como a retirada de material e falsificação de notas, a esquemas de fraudes em grandes corporações. Empresas que recorrem a esse tipo de prática contam cada vez mais com o aval da Justiça do Trabalho, desde que respeitado o sigilo e a chance de o funcionário se defender.
"Se a acusação foi leviana, sem apuração com direito de defesa, a empresa vai arcar com uma indenização [danos morais], afirma o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Ives Gandra da Silva Martins Filho. O magistrado diz que, realizada a sindicância e inquérito no qual o trabalhador teve o direito a defesa, a empresa pode e deve investigar suspeita de desvios.”
Um dos motivos para esse aumento seria a facilidade criada pela tecnologia. O mesmo raciocínio, no entanto, vale também para as empresas, que hoje têm mais opções para monitorar e rastrear os passos dos funcionários. "Por causa da tecnologia, a demanda aumentou muito. Há mais espaço para se cometer fraudes eletrônicas", afirma o advogado trabalhista Daniel Domingues Chiode, do De Cresci e Nogueira de Lima Advogados. O criminalista Rechulski conta que, em uma investigação recente, um funcionário de uma grande empresa recebeu indevidamente R$ 300 mil de um cliente ao fraudar boletos de pagamento. Dentro da própria empresa, ele usou o computador de trabalho para fazer uma cópia idêntica do documento, mas com uma alteração na seqüência numérica. Com a mudança, o pagamento feito pelo cliente foi desviado para uma conta bancária que não pertencia à empresa. Segundo o advogado, a empresa investigou o fato e pela análise da rede foi possível verificar que tudo havia sido feito internamente, ainda que o próprio funcionário tenha tentado apagar seus rastros com um programa de computador especializado. O empregado foi demitido e reconheceu a "falsificação". A empresa foi