Trabalho Lp2
Pascoaes, analisados a partir de um excerto da edição em poesia satírica*.
*o trecho analisado está transcrito completo, ao término do texto.
Michel Carvalho Macedo
Teixeira de Pascoaes foi um autor do final do século XIX e primeira metade do XX.
Cronologicamente, está mais próximo do Realismo, das tendências Simbolistas e
Modernistas. Entretanto, sua obra é essencialmente romântica. Ao pensarmos em escolas literárias e rotularmos os autores em determinados períodos apequenamos, muitas vezes, a grandiosidade das reflexões, das denúncias, das realidades, das loucuras, dos devaneios que um escritor pode pôr à luz. O autor que aqui será analisado é um exemplo disto. Primeiro, porque ele foi contemporâneo do grande Fernando Pessoa. Esta aproximação temporal, porém fez com que muitos o lessem apenas como um autor que abriu caminhos para Pessoa e não como um autor que bebeu da mesma fonte e algumas obras comungaram até mesmo dos mesmos aspectos ideológicos e filosóficos.
“O Pobre Tolo”, obra de Pascoaes da qual analisaremos um excerto, foi publicado em
1924, como prosa poética, primeiramente, e, depois, como elegia satírica, em 1929. O livro conta a história basicamente de um homem que observa o mundo parado numa ponte. Ele é um híbrido: metade homem, metade jumento. Jumento que, pejorativamente, é associado à tolo, aumenta a metáfora presente já no título. O uso de figuras de linguagem para levar a palavra ao seu máximo sentido é bastante recorrente no Romantismo pela sua estética e pela sua proposta ideológica, de busca pela subjetividade. Todavia, é importante ressaltar que, ironicamente, o jumento é também símbolo da sapiência, por ser representado com uma coruja (símbolo da sabedoria) em uma de suas orelhas.
Schiller, em Poesia Ingênua e Sentimental, define o que é ser ingênuo. Brinca um pouco com as