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CAPÍTULO 6

HISTÓRIA CULTURAL: NOVAS REFLEXÕES SOBRE A HISTÓRIA DOS SURDOS

A história dos surdos surgiu como forma de elogio aos professores ouvintes, a evolução da medicina buscando “cura” da surdez e outras metodologias criadas para a educação dos surdos. A maioria dos registros históricos foi escritos, através de metanarrativas ouvintes.
As histórias culturais são os que mais trazem novos ares na produção da história real dos surdos, não só no pensamento crítico, mas enxergando a cultura surda como um conjunto de significados e costumes compartilhados e construídos pelo povo surdo. A história cultural está trazendo uma nova mudança na visão da história dos surdos, pois em padrões tradicionais não produz a história legítima desse povo, esta cultura, produz um conjunto de perspectivas que, em geral, instituem o povo surdo como fonte de êxtase. Segundo Miranda (2001,p.22) “Se a comunidade surda é, primeiramente, ligada por uma representação da identificação, tem conseqüentemente, uma língua que influi na diferença essencial.”
Os defensores da Língua de Sinais para os povos surdos asseguram que é através dessa língua que o surdo construirá a identidade surda. No encontro de dois surdos, que usam a língua de sinais, se faz brotar novas probabilidades de subjetividade, de compartilhar a cultura, aquisição de conhecimentos, que não são possivelmente aceitáveis por meio da língua oral e da cultura ouvinte. Nota-se que desta forma, a identidade está relacionada tanto aos discursos produzidos, quanto à natureza das relações sociais. O pesquisador surdo Miranda (2001, p.23), adverte no que se refere à identidade surda: “Ela é ameaçada constantemente pelo ‘outro’. Este outro pode se referir aos surdos que optaram pela representação da identidade ouvinte. Esta política de representação geralmente terá uma incidência negativa.”
Antes história cultural dos povos surdos não era reconhecida, somente depois do reconhecimento da Língua de Sinais, das identidades surdas e na