trabalho INES

Universidade Federal Fluminense
Graduação de Relações Internacionais
Economia Brasileira Contemporânea
Professora: Inês Patrício
Aluna: Raquel Martins Maia Prado

1- As causas da desaceleração aos anos 60 e da recuperação dos anos 70 (milagre econômico)

Na década de 1960 o Brasil atinge um alto nível de crescimento, que é resultante do Plano de Metas e do processo de substituição de importações. Embora o crescimento econômico fosse indiscutível nesse período, era inegável a existência de uma inflação igualmente elevada.
Há diversas interpretações acerca dessa crise e para os autores estruturalistas, assim como Serra e Tavares, trata-se de uma típica crise cíclica que seria relacionada com os investimentos do Plano de Metas.
A economia, certamente, levaria algum tempo para absorvê-lo, uma vez que o mercado consumidor não era amplo em função da baixa renda per capita, da elevada concentração de renda no país e da inexistência de mecanismos de financiamento a longo prazo.
Celso Furtado, por sua vez, atribui um caráter estagnacionista a crise dos anos 1960. Segundo ele, a dinâmica das economias desenvolvidas é determinada pelas inovações tecnológicas e pelo contínuo aumento da produtividade do trabalho, que permite atender às reinvindicações salariais dos trabalhadores e, por sua vez, manter o mercado consumidor para o lucro dos capitalistas. Nesse sentido, Furtado acredita que o capitalismo no Brasil é falido pois não tem como adotar um modelo semelhante ao dos países desenvolvidos porque as condições de vida não são as mesmas, ou seja, as indústrias empregam poucos trabalhadores, pagam baixos salários e não é capaz de criar seu próprio mercado consumidor. Somado a isso, a concentração de renda no Brasil era bem elevada, o que tornava ainda mais difícil o acesso comum das demais camadas sociais aos produtos disponíveis no mercado. Essa crise, denominada como crise de demanda, assolou o país entre 1962 e 1967, entretanto, em 1964 há um golpe de estado que