Trabalho humano
É um equívoco dizer que o trabalho poderia ter sido criado em algum período do tempo ou, até mesmo, em determinado contexto histórico. Referir-se a ele como um mero reflexo do avanço intelectual do homem não é só errado, como também contraditório, pois é essencialmente o trabalho que torna o homem um ser humano.
Desde as origens rusticas da humanidade, em uma terra de sangue negro e com sol de chibata, ela vem trabalhando, sobrevivendo e, de certo modo, progredindo, progresso este que muitas vezes assumi forma antagônica para aqueles que não o acompanham no mesmo ritmo. O trabalho evoluiu com os homens. Antes de tudo, o trabalho evoluiu com a natureza. Suas origens não remotam ao surgimento do ser humano na terra; o planeta, o universo sempre trabalhou e ainda trabalha, porém, é obvio que o trabalho visto pelo âmago humano é muito mais complexo, para ele sempre a algo a mais, algo que faz a diferença entre simplesmente sucumbir aos instintos animalescos e se tornar o que ele é hoje, que de certo não é tão diferente.
É notório que grandes personalidades já tenham contestado a natureza do trabalho. Dizer que em ano X surgiu o trabalho e que a partir disso o homem vem trabalhando exaustivamente é apenas conveniente para céticos e leigos, não é uma saída viável para aqueles que buscam o conhecer verdadeiro, pois também não é uma certeza. Quando se trata do humano nunca se tem certeza. Nesse ponto a nossa subjetividade choca-se com os nossos ideais, nós somos contraditórios por excelência e por natureza e qualquer certeza absoluta, é meramente uma ilusão.
Apesar disso, a certeza que mais se pode afirmar é que o trabalho acompanha o homem. Até mesmo ao analisar o seu “surgimento” é possível ver que ele só é considerado humano quando passou a utilizar seu raciocínio para fazer mecanismos simples, mas que garantiriam sua sobrevivência, ou seja, quando ele trabalhou.
Em suma, o humano que temos hoje é um reflexo do seu trabalho, capitalista,