trabalho hepatite
Ainda que clinicamente a hepatite A (hepatite infecciosa) tenha sido caracterizada há muitos anos, só em 1973 é que o seu agente foi identificado. A introdução das técnicas de biologia molecular e engenharia genética e o crescimento do vírus em células em cultura permitiram nos últimos anos um estudo mais detalhado do vírus da hepatite A e dos mecanismos moleculares envolvidos na sua replicação. E patogenicidade.
A hepatite A costuma ser mais frequente em países menos desenvolvidos, devido à precaridade do saneamento básico. Incide, principalmente, em crianças e adolescentes, sendo geralmente pouco sintomática nesta faixa etária. Por outro lado, estimam-se que ocorram no adulto, 30 mortes em cada 1000 pacientes. Todavia estima-se que mais de 90% da população acima dos 30 anos tenha desenvolvido imunidade natural a este vírus.
VIRIÃO
O vírus da hepatite A é um pequeno vírus sem invólucro que pertence ao género Hepatovírus, da família Picornaviridae.
Fig. 1 – Microfotografia do vírus da hepatite A. Estruturalmente, apresenta uma simetria icosaédrica cuja cápside é constituída por 32 capsómeros, e tem 26 mm de diâmetro, um coeficiente de sedimentação de 156S e uma densidade de 1,325g/cm3. As partículas são particularmente resistentes ao calor, mantendo-se biologicamente viáveis após meses à temperatura ambiente e 30 min. a 60ºC. Resistem também a elevados pH’s (pH=3) e a acção do éter e do clorofórmio, daí a sua fácil capacidade de transmissão. No entanto é sensível às radiações UV, ao formaldeído, ao cloro (concentração 1mg/l durante 30 mins.) e a altas temperaturas (85-98ºC/min.).
GENOMA
O VHA é um vírus de RNA constituído por uma cadeia simples de polaridade positiva com cerca de 7500 nucleótidos, com 3 regiões distintas:
- uma região 5’ não codificante muito conservada com funções reguladoras. A ela encontra-se unida, covalentemente uma proteína denominada vpg;
- uma região 3’ não codificante seguida de uma sequência