TRABALHO Gliconeogenese
A gliconeogénese é um termo usado para incluir o conjunto de processos pelos quais o organismo pode converter substâncias não glicídicas (como o propionato) em glicose ou glicogénio.
Durante o jejum aumenta a atividade lipolítica no tecido adiposo e a maioria dos órgãos do organismo (nomeadamente os músculos e o fígado) começam a usar como combustível preferencial os ácidos gordos. Contudo, os eritrócitos e, em grande medida, os neurônios dependem do catabolismo da glicose para a síntese de ATP.
Embora a gliconeogenese hepática (formação de glicose a partir do glicogénio armazenado no fígado) seja, durante as primeiras horas de jejum, a principal fonte da glicose que é vertido no sangue, à medida que o tempo de jejum aumenta a gliconeogénese vai sendo cada vez mais importante.
Quer na glicogenólise quer na gliconeogénese forma-se glicose-6-P e a formação de glicose só pode ocorrer por hidrólise da glicose-6-P. Porque a enzima responsável por este processo (glicose-6-fosfátase, uma enzima do retículo endoplasmático) existe no fígado, no rim e no intestino delgado (enterócitos) são estes os órgãos responsáveis pela manutenção de níveis de glicemia compatíveis com a actividade dos neurónios e dos eritrócitos durante o jejum. O fígado tem, neste contexto, um papel mais importante que o rim e o intestino.
O lactato constitui importante substrato para a gliconeogênese em ruminantes, podendo ser obtido diretamente da dieta e do metabolismo do propionato na parede ruminal, do catabolismo de alguns aminoácidos e por meio do metabolismo da glicose nos músculos e concepto. Apesar de o tecido muscular não poder contribuir diretamente com a elevação das concentrações plasmáticas de glicose, uma vez que este não possui a enzima glicose 6 fosfatase, o músculo desempenha importante papel indireto na gliconeogênese durante o período de transição. Nessa fase, há aumento nas taxas de glicólise com maior produção de lactato muscular (Hough et