trabalho geral
“Colocamos a necessidade de celebrar a obra de Carolina, fazê-la emergir e formar novas plateias, seja do ponto de vista da criação literária, seja pela frequência nos espaços”, explicou a socióloga Vilma Reis, integrante do Coletivo Carolinas, lançado em 21 de janeiro. O grupo, que atua em parceria com o Instituto Odara da Mulher Negra, faz neste ano uma série de atividades para marcar o centenário da escritora, como formações em comunidades sobre escrita criativa, cafés literários e a montagem de um espetáculo teatral, cujo texto foi encomendado à escritora Conceição Evaristo.
Vilma relata que esse projeto já se revela de muita força, sobretudo, a partir do contato de mulheres jovens com a escrita de Carolina de Jesus. “Participamos de um encontro na região do Recôncavo Baiano e muitas mulheres diziam: 'quando eu leio Quarto de Despejo, ela está falando da minha vida hoje'. Os desafios que estavam postos para Carolina em 1955 continuam, por isso que a chamamos de centenária e atemporal”, declarou.
Por meio do texto de Carolina de Jesus, as periferias brasileiras se encontram. O depoimento das jovens baianas se aproxima do som feito pela rapper Sara Donato, de 23 anos, moradora de São Carlos, interior paulista. “Literatura marginal inconsciente foi escrita, marcando vidas mesmo sem ser conhecida. Respeito é chave para alguém que morreu no anonimato, talentosa, guerreira, para muitos em formato