Trabalho freud e a religião
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Texto I A partir do século XIX surgiram diversas tentativas de fundamentar o ateísmo radical cientificamente, pois as ciências conquistaram enorme prestígio. De Feuerbach derivou não só o ateísmo materialista, mas também o ateísmo psicanalítico de Sigmund Freud (1856-1939). Desta maneira, o ateísmo já não se restringe ao proletariado marxista, mas também penetra amplamente na burguesia ocidental através da psicanálise. Sigmund Freud, o fundador da moderna psicanálise, afirma: "Deus é uma ilusão infantil". Segundo depoimentos de biógrafos, Freud cresceu sem fé em Deus e conforme alguns, nunca parece ter sentido maior falta da religião. Entretanto, toda a sua obra está repleta de críticas à religião. Tenta apresentar uma concepção científica do mundo para substituir a religião, substituindo a idéia de Deus pela ciência. Para ele, toda a religião reduz-se a processo psicológico. Em nome da ciência, a religião deve ser abandonada por ser uma doença, uma neurose. Quem era Sigmund Freud? Nasceu em Freiberg, na Morávia, em 1856, numa família judaica ortodoxa e como tal foi educado. Quando tinha três anos de idade, sua família mudou-se para Viena onde passou a maior parte de sua vida. Quando fez trinta e cinco anos, seu pai o presenteou com uma Bíblia. Mas na infância fizera experiências antireligiosas. De um lado, uma empregada católica da família o obrigava a acompanhá-la à missa aos domingos. De outro, experimentou certo anti-semitismo por parte de cristãos, experiências negativas da religião. Estudou medicina numa época em que, nas universidades, reinava o clima em que a ciência natural era vista como a única solução para todos os problemas. Freud acreditava na ciência como seu mestre, o fisiólogo Ernst Brücke, a apresentava. Para ele, a fé na ciência significava a transição para o ateísmo. Durante anos ocupou-se com a neurologia. Daí passou a estudar as neuroses. O ateísmo de Freud é anterior à criação da psicanálise. Não só. Ele mesmo reconhece em O futuro de uma