Trabalho forçados na amazônia
Com base na leitura da obra Pontos de História da Amazônia I, publicado pela editora Pakatatu, de Belém do Pará, sobre o trabalho escravo na Amazônia no Período Colonial, verifica-se que a organização do trabalho e as formas de produção adotadas na região, desde a colonização, sempre foram alicerçadas no serviço escravo e na manipulação do nativo. Conforme argumenta Armando Alves Filho (2001) organizar a força de trabalho na Amazônia foi uma das mais difíceis tarefas do processo de colonização (...) A economia extrativista e as condições geográficas e ambientais também contribuíram para a criação, na região, da própria mão-de-obra. Vê-se que, mesmo sendo introduzido o escravo negro na Amazônia, ainda parecia mais barato investir no trabalho indígena. Entretanto, com a criação da Companhia Geral do Grão Pará e Maranhão, no século XVIII, a entrada de escravos africanos reduziu a procura inicial, provocando um curto período de escravidão indígena. Nas capitanias do Grão Pará e Rio Negro, por exemplo, o fluxo de escravos negros teve pouca duração. No Maranhão, o comércio negreiro predominou por mais tempo em função da produção algodoeira que bancava a importação de africanos. Segundo o autor citado, a Amazônia não revelava vocação para a plantation, por isso o governo português passou a incentivar o trabalho da catequese. Mas, para isso, era indispensável a marcante presença do missionário e, deste modo, a imposição da ideologia cristã, na colonização do Norte, destaca-se como instrumento de dominação da terra e das gentes. Assim, a Igreja católica passa a ser protagonista dessa colonização e as missões preparam o índio para inseri-lo nos moldes dos interesses e ambição dos colonizadores, porém, para isso era preciso desarticular as bases produtivas, deixando a alternativa de mercado de escravo, as repartições aos índios que eram explorados pelo colonizador. O curioso é que os missionários tinham um duplo papel em sua