Trabalho EUA
A parceria formada pela economia de mercado e o Estado social chega ao compromisso fordista e providencialista. Tal fato reflete uma regulação do mercado pelos direitos atribuídos aos trabalhadores como também um movimento de desmercantização de certas atividades atestado pela criação de serviços sociais universais e gratuitos. Estas conquistas têm, no entanto, contrapartidas, tal como a limitação ao espaço nacional e a ausência de participação dos assalariados na organização do trabalho, como dos usuários na definição dos serviços que lhe são destinados. As grandes empresas multinacionais passam a ter domínio maior e controlar o comércio e a prestação de serviços.
As empresas exigem cada vez mais de seus funcionários a capacidade de adaptação a mudanças súbitas devido à necessidade de atender a demandas sempre cambiantes. Isto é facilmente observado na atual tendência à substituição de contratos de trabalho de prazo indeterminado ou de longo prazo por contratos de curta duração ou mesmo pela, cada vez maior, utilização de autônomos e empregados terceirizados.
A globalização produtiva, através da especialização flexível e do desmantelamento das redes de assistência pública, contribuiu decisivamente para o decréscimo da responsabilidade da comunidade sobre o destino de seus integrantes.
A principal característica da globalização produtiva é a divisão da sociedade entre indivíduos participantes do processo de globalização e indivíduos que são deixados de lado deste processo. Os primeiros desfrutam dos benefícios deste processo através do acesso ao mercado global e da sua própria desterritorialização e transformação em pessoas-mundo, capazes de se deslocar e se adaptar a todas as situações e lugares, enquanto os segundos são marginalizados. Estes por não terem acesso aos meios de comunicação instantânea ou ao capital necessário para a entrada neste novo mundo são deixados de lado, destinados a morte, que é sua única opção, segundo a interpretação de