trabalho em resposta sobre Adorno
1. Qual é a crítica feita por Adorno á racionalidade instrumental?
Primeiramente, devemos evitar uma leitura em minha opinião equivocada da crítica adorniana à racionalidade instrumental. O termo “racionalidade” pode dar a idéia de que se trata, para Adorno, de uma simples crítica a processos mentais ou cognitivos, subjetivamente postos. Esse, no entanto, é apenas um dos momentos de sua filosofia crítica. Esta, por sua vez, dirige-se para uma dimensão muito mais profunda da realidade e que envolve uma problematização de processos sociais estruturantes de nossas sociedades contemporâneas, inclusive no que concerne à sua organização econômica capitalista.
Nesse sentido, a racionalidade instrumental deve ser posta em xeque, antes de tudo, como um modelo de ação social. Nesse caso, como um tipo de ação social que compõe a estrutura ideológica contemporânea, mantenedora do status quo, ao apresentar processos político-sociais de dominação e exploração como processos socialmente neutros e imparciais, como questões puramente técnicas.
Por isso, não devemos nos deixar enganar com o aparente domínio da técnica no mundo contemporâneo: essa aparência, na verdade, é legitimadora de processos sociais de dominação e exploração, ainda ligados a uma certa dinâmica de classes. Faz parte da configuração contemporânea da ideologia essa legitimação técnica de uma realidade fundada na não-liberdade, como coisa pretensamente inquestionável.
Um dos impulsos dominantes de toda a filosofia de Theodor Adorno é a retomada do potencial crítico posto na razão. Entre outras coisas, isso significa restituir ao pensamento sua capacidade de julgamento quanto aos valores éticos que orientam as próprias ações humanas. O conceito-chave, nesse caso, é o de experiência.
Nesse sentido, cabe ressaltar que a crítica de Adorno não se dirige à técnica em si, mas a um tipo específico de racionalidade dominante na