TRABALHO ELAYNNE
A prestação do serviço de acolhimento institucional para crianças e adolescentes ainda é um grande desafio para as organizações que realizam este trabalho, especialmente considerando os novos parâmetros legais e técnicos que forçaram as instituições a empreenderem mudanças nas suas práticas profissionais. Além disso, com a mudança do perfil dos abrigados, que apresentam cada vez mais casos de envolvimento com uso de drogas e problemas de saúde mental, por exemplo, também exige novas respostas institucionais, bem como maior articulação e interlocução com a rede de proteção social.
No entanto, sabemos o quão é complexo realizar o trabalho em rede pautado numa lógica intersetorial. É importante conhecer o papel e o funcionamento de todos os atores e órgãos envolvidos, detectar os circuitos e curto-circuitos e definir fluxos. Além disso, a compreensão de um sentido e objetivos comuns na atuação e da complementaridade de intervenções também são aspectos que devem ser considerados. Atender as especificidades do acolhimento institucional requer um esforço institucional da entidade que realiza o atendimento. Implica em custos, disponibilidade da equipe técnica e gerencial, investimento permanente na formação, capacidade de articular e conhecer em profundidade a rede de proteção social no nível comunitário e municipal, ser atuante junto aos conselhos de direito, além de romper com o paradigma da perspectiva assistencialista e caritativa, que ainda se mantem em muitos abrigos espalhados pelo país. Do outro lado, ou seja, das políticas públicas e serviços públicos que atendem as crianças e adolescentes em situação de acolhimento institucional, a realidade também é difusa. O próprio campo da assistência social enfrenta seus problemas e paradoxos, afinal em muitos municípios brasileiros as políticas são incipientes e não têm recurso e gestão suficientes para atender as demandas da população.
As escolas e serviços de saúde também enfrentam suas mazelas e