Trabalho DOS MASSORETAS
O hebraico, por nós já estudado, como era originalmente escrito, constava apenas de consoantes, sendo os sons vocálicos supridos pelo leitor. Este processo obrigava o leitor a pensar e ir interpretando o texto, para descobrir-lhe o exato sentido, pois três consoantes (assim eram formadas as palavras em hebraico) com vogais diferentes, podem indicar coisas muito diversas, como ilustram as consoantes portuguesas p t t nas palavras pateta, patota, e patote e ainda b r d - barda, bardo, borda, bordo, etc.
A escrita das consoantes apenas, foi processo adequado enquanto o hebraico continuou sendo um idioma falado. Quando aparecia uma palavra que podia ser ambígua, eram usadas "letras vogais" para deixar o texto mais claro. Quatro consoantes fracas, algumas vezes eram usadas como vogais = álefe, hê, vau e o iode. Quando o hebraico foi deixando de ser uma língua falada (já no tempo de Cristo não era uma língua viva) muito mais difícil ficou a pronúncia correta das consoantes sem sinais vocálicos. A pronúncia correta das palavras era transmitida pela tradição oral, mas em breve foi sentida a necessidade de ser esta representada por escrito.
A prova de que a palavra formada tão somente de consoantes é ambígua, na sua acepção, nós a temos em um exemplo da Bíblia em que as três consoantes não foram corretamente interpretadas. Hebreus 11:21 diz que Jacó "adorou encostado à ponta do seu bordão", ao passo que em Gênesis 47:31 lemos que ele "inclinou-se sobre a cabeceira da cama". A palavra hebraica para designar cama e bordão consta de três consoantes M T H, as quais no texto hebraico são lidas com as vogais assim: M(i) T(a) H, cama; o autor da Epístola aos Hebreus tirou a citação da Septuaginta, cujos tradutores, leram a palavra desta maneira: M(a) T(e) H, bordão. (Ver História, Doutrina e Interpretação da Bíblia - Joseph Angus, vol. l, p. 20).
OS MASSORETAS
Massoretas eram os escribas judeus que se dedicaram a preservar e cuidar do manejo do