trabalho diversos
PARA CIRURGIA
Em 15 de dezembro de 1996, voltei ao meu apartamento em Winchester, onde teria menos de duas semanas para me preparar para a cirurgia. Eu morava no segundo andar de um sobrado para duas famílias, por isso tive de me sentar e subir a escada arrastando o traseiro degraus acima. (Não, não foi isso que a fisioterapeuta me ensinou!) Quando consegui chegar ao topo da escada, estava esgotada e meu cérebro suplicava pelo sono. Estava em casa. Finalmente. Minha casa, onde eu poderia me enfiar em um buraco e hibernar sem interrupções extenuantes. Tudo em mim clamava pela quietude reparadora. Eu caí sobre minha cama de colchão de água e apaguei.
Foi uma bênção ter G. G. cuidando de mim. Se você lhe perguntar, ela vai dizer que não tinha ideia sobre o que precisava fazer, que apenas deixou as coisas acontecerem com naturalidade, passo a passo. Ela entendia intuitivamente que, para ir de A a C, eu precisava aprender A, depois B, e então C. Era como se eu tivesse novamente o cérebro de um bebê e precisasse aprender tudo desde o começo. Estava de volta ao básico. Como andar. Como falar. Como ler. Como escrever. Como montar um quebra-cabeça. O processo da recuperação física era como estágios do desenvolvimento normal. Eu tinha de percorrer cada estágio, dominar aquele nível de habilidade, e depois o passo seguinte se desdobrava espontaneamente. De modo metódico, tinha de aprender a balançar, depois rolar, para então poder me sentar. Tinha de me sentar e balançar para a frente antes de poder ficar em pé. Tinha de ficar em pé antes de poder dar o primeiro passo, e precisava estar
relativamente estável sobre os pés antes de poder subir a escada sozinha.
Mais importante: precisava estar disposta a tentar. A tentativa é tudo. A tentativa sou eu dizendo para o meu cérebro: Ei, dou valor a essa conexão e quero que ela aconteça. Posso ter de tentar, tentar, e tentar novamente sem nenhum resultado mil vezes antes de ter um esboço de