TRABALHO DIOGO DAVID
É quase inevitável não correlacionar os conceitos presentes no enunciado da questão aos do filósofo que deveras personificou por séculos o espírito filosófico, ao menos clássico. Sócrates, talvez seja o primeiro a relacionar profundamente o conhecimento adquirido e o que convém realizar com estes conteúdos. Embora seu pensamento esteja repleto de significados que posteriormente foram inculcados pelo espírito metafísico de seus sucessores, pensar que se deve haver uma relação latente entre o saber e a vida prática é um tema que urge tanto quanto a crise da contemporaneidade.
Foucault ajuda-nos a entender esta urgência quando em “Vigiar e Punir” adverte sobre o controle que as diversas condições e circunstâncias presentes na sociedade influem direta e violentamente nos indivíduos e nas instituições vigentes: “Não se deveria dizer que a alma é uma ilusão, ou um efeito ideológico, mas afirmar que ela existe, que tem uma realidade, que é produzida permanentemente, em torno, na superfície [e] no interior do corpo, pelo funcionamento de um poder que se exerce sobre os que são punidos – de uma maneira mais geral sobre os que são vigiados, treinados e corrigidos, sobre os loucos, as crianças, os escolares, os colonizados, sobre os que são fixados a um aparelho de produção e controlados durante toda a existência. Realidade histórica dessa alma que, diferentemente da alma representada pela teologia cristã, não nasce faltosa e merecedora de castigo, mas nasce antes de procedimentos de punição, de vigilância, de castigo e de coação.” [p. 31 e 32]
Assim, as instituições educativas, já pelo simples fato de dispor de um currículo forjado por um pragmatismo capitalista e sob esta mesma ideologia, prega também suas “verdades”. Sua crença é a de que, por meio de restrições e encaminhamentos, o indivíduo será “devidamente” moldado. Uma vez moldado, será, então, entregue à sociedade “pronto para o