Trabalho de Quimica
O despertar do gigante adormecido
Por Laura Lopez; Michael Kepp/Rio de Janeiro
Um movimento de massa pede um retorno mais rápido da democracia plena Há semanas o Rio de Janeiro estava se preparando para o evento. As palavras Diretas Já (eleições diretas agora) tornaram-se inevitáveis, espalhadas em pôsteres, muros, broches, camisetas e adesivos. Alpinistas escalaram um dos picos que envolvem a cidade e fincaram uma faixa de quase
11 metros [35 pés] de altura com o slogan. No estádio do Maracanã, um enorme placar eletrônico exibia as palavras repetidamente durante as partidas de futebol. O clímax foi na semana passada, na maior manifestação pública que o Brasil já viu. Estima-se que 1 milhão de pessoas tenham tomado a praça que circunda a Igreja da Candelária do Rio, erguendo punhos fechados e entoando “Diretas já!”. Mas às vezes o comício de seis horas de duração parecia carnaval, com um balão de ar quente, um show de laser e o som da batida do samba. Logo após o pôr do sol, políticos e os melhores artistas brasileiros levaram a multidão à loucura com fervorosos discursos e músicas.
Leonel Brizola, governador do estado do Rio de Janeiro, declarou: “A história do Brasil vai ser dividida entre o que aconteceu antes e o que aconteceu depois desta manifestação”.
A questão é como os brasileiros darão o próximo passo no cuidadoso retorno à democracia do país depois de duas décadas de controle militar: a eleição de um sucessor do presidente João Figueiredo, 66, um general aposentado cujo mandato de seis anos termina em março de 1985. O governo decidiu que a escolha será feita em janeiro por um colégio eleitoral de 686 membros. Mas, de acordo com as últimas pesquisas, 80% dos eleitores do
Brasil querem o voto direto para a escolha do seu próximo líder. O humor do povo também reflete uma falta de confiança na capacidade do governo de lidar com uma economia prejudicada por sérios subemprego e desemprego