Trabalho de Psicologia
Muitos séculos depois, Shakespeare escreveria uma peça -Hamlet- cujo mote se vulgarizou: “ser ou não ser... eis a questão”. No inicio deste século, Machado de Assis escreve um romance –Dom casmurro- que é um primor enquanto desafio para a compreensão de que é a personagem principal, Capitu. Portanto, saber quem é o outro é uma questão aparentemente simples e se constitui desafio em cada novo encontro e, mesmo nos antigos, porque as pessoas mudam, embora continuem elas mesmas. Para compreender esse processo de produção do sujeito, que lhe permite apresentar-se ao mundo e reconhecer-se como alguém único, a Psicologia construiu o conceito de identidade. Carlos R. Brandão, antropólogo e educador, diz que a identidade explica o sentimento pessoal e a consciência da posse de um eu, de uma realidade individual dessa exclusividade: a consciência de minha continuidade em mim mesmo. Segundo o psicanalista André Green, o conceito de identidade agrupa várias ideias, como a noção de permanência, de manutenção de pontos de referencia que não mudam com o passar do tempo, como o nome de uma pessoa, suas relações de parentesco, sua nacionalidade. Entretanto, tais propriedades – constância, unidade e reconhecimento- descrevem um determinado momento da identidade de alguém, mas não são capazes de acompanhar o processo de sua produção e de sua transformação.
Eu passo a ser alguém quando descubro o outro e a falta de tal reconhecimento não me permitiria sabe quem sou, pois não teria elementos de comparação que permitissem ao meu eu destacar-se dos outros eus. Dessa forma, podemos dizer que a identidade, o igual