Trabalho de português simbolismo
Cruz e Souza (1861 – 1898)
Cruz e Sousa, catarinense, filho de escravos, é dúvida a figura mais importante do Simbolismo brasileiro. Sua obra apresenta uma evolução importante, uma vez que abandona o subjetivismo e a angústia iniciais em nome de posições mais universalizantes. De fato, sua produção inicial fala da dor e do sofrimento do homem negro (evidentes colocações pessoais), mas evolui para o sofrimento e a angústia do ser humano. Em suas poesias, estão sempre presentes a sublimação, a anulação da matéria para a liberação da espiritualidade, só conseguida com a morte. Ao lado disso, percebe-se o uso de maiúsculas valorizando as ideias (no sentido platónico) e uma angústia sexual profunda, como bem atesta o seguinte quarteto:
Primeira comunhão “Grinaldas e véus brancos, véus de neve, Véus e grinaldas purificadores, Vão as Flores carnais, as alvas Flores Do Sentimento delicado e leve.”
Essa estrofe, além de enfatizar a temática sexual, nos remete a algumas outras características do poeta, como obsessão pela cor branca e por tudo aquilo que sugere brancura. Repare que a linguagem dos simbolistas, com apelos sensoriais, símbolos e jogos de vogais, não se assemelha a nenhuma outra estética. Como exemplo da incrível musicalidade e o apelo as alterações, transcrevemos uma famosa estrofe do poema "Violões que choram":
Violões que choram
“Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices vorazes Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas...”
Repare como a repetição da letra v e sua combinação com as vogais (vá, vê, vi, vo, vu) nos sugerem o dedilhar melancólico de um violão.
O Assinalado
Tu és o louco da imortal loucura, O louco da loucura mais suprema,
A terra é sempre a tua negra algema, Prende-te nela a extrema Desventura.
Mas essa mesma algema de amargura, Mas essa mesma Desventura extrema Faz