Trabalho de Morfologia - Bases Presas
No português também é muito comum a formação de palavras ou radicais a partir de combinações em bases presas. Citamos como exemplo, no início deste capítulo as formas agricultura, em que agri- é uma forma presa, e sociolingüístico, em que sócio- é uma base presa. Este tipo de composição é de grande produtividade na língua formal.
É fácil observar que a função de denominação é a mesma: a grande produtividade do processo se deve sobretudo às necessidades constantes de novas denominações na linguagem científica e tecnológica.
As formações compostas desse tipo apresentam possibilidades variadas de combinação. As formações mais freqüentes são limitadas, no entanto, a alguns poucos radicais, (p. 35)geralmente listados nas gramáticas normativas. Algumas dessas bases se tornaram tão comuns que estão em vias de se transformar em verdadeiros sufixos. Um exemplo seria a base log-, que figura em palavras como psicologia, ornitologia, patologia, futurologia, gramatologia, etc. Nesse tipo de composição, que envolve pelo menos uma base presa, o segundo termo é o núcleo e o primeiro é o especificador, ao contrário do que encontramos na composição de bases livres, em que o primeiro termo é o núcleo e o segundo é o especificador.
Na composição de bases presas, característica da língua formal e tendo por objetivo a denominação na linguagem científico-tecnológica, não há espaço para a construção metafórica. As formações são sempre descritivas e eventuais distanciamentos entre o significado do todo e o das partes se devem a fatores usuais de evolução semântica. assim como a fatores de diversificação terminológica.