trabalho de memorial
Sou a segunda filha de uma família de quatro irmãs, pais trabalhadores rurais, da Cidade de Mundo Novo, interior da Bahia. Do lado materno, a referência veio da minha mãe, uma Jovem senhora determinada, que substitui o tempo de aprender pelo trabalho nas lavouras da Chapada Diamantina, na plantação de feijão e milho. Do lado paterno, a referência era a resistência e seriedade do jovem homem descendente de índio, que sempre buscou o melhor para a família, e priorizando sempre os nossos estudos.
Ter nascido dessa união tem um significado muito especial para mim, que não pode ser traduzido por qualquer tentativa de racionalização sobre a minha história de vida. Contudo, a simples tentativa fortalece o sentimento de que o tempo passa, as pessoas mudam, mas as experiências vividas ao longo da vida são referência para as nossas perspectivas.
Pensando nessa história de vida a sensação é de que não deixei de ser, ainda, a pequena garota moradora do povoado de Barra de Mundo Novo, que adora brincar na rua de pega-pega, que transforma qualquer momento em diversão ou comprimento de cordão em “elástico” ou qualquer recipiente de metal em “telefone de lata”, que vai à escola a pé, que passeava de mãos dadas com as irmãs, que se aventuravam nos becos, ladeiras e árvores do povoado. Com a infância marcada por brincadeiras de roda, cabra-cega, esconde-esconde, amarelinha, banhos de rios, brincadeira de circo, as delícias da pureza, do encanto, da liberdade de pisar na terra e das cantigas de roda, tudo é inesquecível.
A vida na escola básica
Entrar na escola foi algo tão marcante que ainda me lembro das primeiras aulas na escola municipal de Barra com salas minúsculas para alfabetizar as crianças. Era tão interessante que mesmo quando estava em casa à brincadeira predileta passou a ser a imitação do que ocorria na sala de aula. Nesse período de alfabetização, comecei a ter contato com as letras, números, tudo para mim era novo, divertido, chegava em casa