trabalho de historia
“Trabalho, lazer e felicidade: onde está o equilíbrio e a interação?”
O tema da felicidade é muito mais antigo do que as pesquisas recentes sobre ele. Na Grécia antiga, para filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles, a felicidade era uma questão de levar uma vida boa, virtuosa, devotada à intelectualidade e aos bens mais elevados da existência, como a filosoa (e não, por exemplo, ao trabalho!).
A grande guinada dada por esses homens, especialmente por Sócrates, foi a defesa de que a felicidade era algo ao alcance do ser humano, o desejo mais sublime e superior a que o homem poderia aspirar, algo muito além da mera satisfação dos sentidos corporais. Apesar dessa afirmação ser facilmente entendida por qualquer um que viva no século XXI, no mundo antigo ela se voltou contra uma verdade bastante arraigada: a de que a felicidade era o que acontecia ao homem, e não alguma coisa que ele pudesse controlar. Na prática, a filosofia seria o instrumento (ou a técnica) pelo qual o homem alcançaria a felicidade e conduziria sua vida sob o punho da razão.
O que seria a felicidade no âmbito da moderna ideologia do sucesso? Arriscamos dizer que ela é o inverso do que era nas sociedades antigas: felicidade é um excesso ou a obstinada luta para afastar qualquer sensação de falta ou vazio. Nada mais longínquo no tempo do que a idéia de felicidade como moderação, equilíbrio entre desejo, recursos e realização. Contudo, como a felicidade é, por sua própria natureza, algo incerto e indefinido, ela não pode ser plenamente satisfeita. Há várias explicações para isso, mas todas convergem no sentido de uma mesma conclusão: não sendo ou não podendo ser satisfeita, a busca pela felicidade moderna alimenta uma ânsia sem fim por objetos e sensações. Essa ânsia, por sua vez, sustenta nosso modo de produzir e acumular, de sorte que o índice de felicidade é medido pelo quanto podemos ostentar na vitrine do consumo. Privados de forma cada vez mais crônica de vida