Trabalho de Filosofia
Descarte e a Modernidade
A modernidade caracteriza-se, no pensamento filosófico, como uma nova forma de pensamento e visão de mundo que procura a partir de conceitos chaves, tais como razão técnica, progresso, emancipação e sujeito, desenvolver uma reflexão sobre o homem e sobre o mundo que se oponha ao modelo teleológico e organicista da escolástica. Esse período, inaugurado pelo Renascimento, representa uma profunda mudança na busca dos fundamentos filosóficos do conhecimento. Entre os representantes desse movimento, Descartes pode ser apontado como um dos principais pensadores. Em sua reflexão renuncia àqueles conhecimentos tradicionais que mostravam equívocos e procura, através da instituição de um novo Método, verdades que sejam inquestionáveis. No presente artigo procuraremos apontar como Descartes, partindo de uma dúvida metódica, chega a primeira certeza clara e evidente, cristalizada na frase “penso, logo existo”. Após procuraremos mostrar como essa reflexão inicia o período conhecido como modernidade.
Descartes quer estabelecer um método universal, inspirado no rigor matemático e em suas "longas cadeias de razão".
1. - A primeira regra é a evidência: não admitir "nenhuma coisa como verdadeira se não a reconheço evidentemente como tal". Em outras palavras, evitar toda "precipitação" e toda "prevenção" (preconceitos) e só ter por verdadeiro o que for claro e distinto, isto é, o que "eu não tenho a menor oportunidade de duvidar". Por conseguinte, a evidência é o que salta aos olhos, é aquilo de que não posso duvidar, apesar de todos os meus esforços, é o que resiste a todos os assaltos da dúvida, apesar de todos os resíduos, o produto do espírito crítico. Não, como diz bem Jankélévitch, "uma evidência juvenil, mas quadragenária".
2. - A segunda, é a regra da análise: "dividir cada uma das dificuldades em tantas parcelas quantas forem possíveis".
3. - A terceira, é a regra da síntese: "concluir por ordem meus pensamentos,