Trabalho De Etica Crist
A virtude da compaixão
Trabalho de Ética Cristã
Bruna Victória de Miranda Ferreira
O que é Compaixão?
Indo ao pé da letra, a compaixão literalmente significa assumir a paixão do outro. É transmitir-se ao lugar do outro para estar junto dele, para sentir com ele os tristes sentimentos. E jamais permitir que sofra sozinho. A dor do próximo é a sua.
As muitas interpretações
Até aí seria simples, se da definição não surgissem várias outras, além de dúvidas diante de outras virtudes e sentimentos, que serão estudadas nesse trabalho. No livro de André Comte-Sponville, nota-se certa desconfiança de tal virtude por todo o texto, visto que a compaixão tem várias interpretações, segundo filósofos e pensadores1:
- Para André, a compaixão é o contrário da crueldade, que se regozija com o sofrimento do outro, e do egoísmo, que não se preocupa com ele.
- Para Spinoza, entre a piedade e a compaixão parece não haver nenhuma diferença, salvo, talvez, a de que a piedade se refere a uma afeição singular e a compaixão, a uma disposição habitual para a sentir.
- Para Jankélévitch é uma caridade reativa ou secundária, que necessita, para amar, do sofrimento do outro, que depende dos andrajos do enfermo, do espetáculo de sua miséria.
- Para Nietzsche, a compaixão, precisamente por ser reativa, projetiva, identificatória, é o amor mais baixo, talvez, mas também o mais fácil.
- Para Schopenhauer vê na compaixão o móbil por excelência da moralidade e a origem de seu valor. A compaixão se opõe diretamente à crueldade, que é o mal maior, ao egoísmo, que é o princípio de todos, e nos conduz com muito maior segurança do que um mandamento religioso ou uma máxima dos filósofos.
- Para Kant, a compaixão é um sentimento. Enquanto tal, é estendida ou não, não é ordenada. É por isso que ela não pode ser um dever.
Muitas facetas, que ao mesmo tempo tornam a compaixão singular: pois não importa a visão dada, nos mostra que somos essencialmente seres