Trabalho de Educação Física
Quem vive em São Paulo respira fumaça de carros, ônibus e caminhões o dia todo. Sofre, aos poucos, os efeitos maléficos da poluição -ela está relacionada a problemas como hipertensão, infarto e derrame cerebral, além de alguns tipos de câncer e doenças pulmonares graves, segundo o cardiologista Nabil Ghorayeb, especialista em medicina do esporte.
Se para a população em geral os alertas à saúde já não são dos melhores, para aqueles que se exercitam ao ar livre e colocam os pulmões para funcionar com maior força as perspectivas são piores. Correto?
Não necessariamente. O raciocínio tem sua lógica e é bastante corrente entre especialistas e esportistas. Mas um grupo de pesquisadores ligados à USP, à Uninove e ao Instituto Oswaldo Cruz foi atrás de saber o que exatamente acontece com o pulmão da pessoa que pratica atividade física ao ar livre e em um ambiente poluído.
O estudo, feito em São Paulo por esse grupo e publicado na edição de julho da revista "Medicine in Science and Sports Exercise", do Colégio Americano de Medicina do Esporte, que fica em Indianápolis (EUA), detectou justamente o contrário: quem se exercita continuará tendo pulmões mais saudáveis que aqueles que ficam parados, mesmo respirando fundo um ar carregado como o de São Paulo.
"Acreditávamos que a atividade física potencializaria os efeitos nocivos, já que o atleta, enquanto corre, tem respiração mais profunda e frequente", diz o médico Rodolfo Vieira, coordenador da pesquisa. "Mas o estudo mostrou que o exercício tem um efeito protetor para os pulmões. Inibiu parcialmente a inflamação e as alterações induzidas pela poluição."
Os pesquisadores acompanharam 80 camundongos, ao longo de cinco semanas, divididos em quatro grupos: um grupo de controle, sedentário, um grupo que fez exercício em condições normais, um grupo sedentário exposto à poluição e outro que fez exercício também sob poluição.
A poluição era